por CódigoConduta.com | 7 fev 2019 | Notícias
O Brasil teve sua pontuação reduzida no Índice anual de Percepção da Corrupção¹, divulgado pela Transparência Internacional, caindo de 37 (2017) para 35 pontos (2018). Com isso, o país passou a ocupar a 105ª posição no Ranking Mundial, ao lado de países como Timor-Leste, Zâmbia e El Salvador.
A critério de comparação, a Dinamarca, que ocupa o primeiro lugar segundo a metodologia da pesquisa, atingiu 88 pontos. Além disso, as médias global e dos países das Américas são respectivamente, 43 e 44 pontos.
O relatório reforça as impressões de diversos setores da sociedade brasileira. Segundo Fernando Henrique Zanoni, Sócio-Diretor da CódigoConduta.com, a piora do Brasil no Ranking não é surpresa: “Em palestras e treinamentos corporativos, quando apresento o famoso mapa da corrupção, sempre faço menção de que a tendência era de que o Brasil perderia ainda mais pontos a curto prazo, até que efetivamente se instaurassem ações efetivas para acabar com as práticas que já estavam institucionalizadas na Administração Pública direta e indireta. Como se trata de um índice de percepção da corrupção, os desdobramentos das investigações do mensalão e, principalmente, da Operação Lava-Jato, contribuem para esse cenário.”
Conforme mencionado no próprio relatório, “os esforços notáveis do país contra a corrupção podem estar em risco e não foram suficientes para chegar à raiz do problema. Não tivemos nos últimos anos qualquer esboço [efetivo] de resposta às causas estruturais da corrupção no país“.
Dessa maneira, e diante do novo cenário que se vislumbra com a mudança no cenário político brasileiro é possível que o Brasil melhore sua posição, desde que as expectativas se confirmem e que hajam respostas concretas tanto da iniciativa pública quanto da privada no que diz respeito à Gestão de Riscos e Compliance.
“Muitos brasileiros ainda veem a corrupção como algo intangível, que está relacionado somente às interações entre agentes públicos e grandes corporações em contratos milionários. Para mudar o panorama, é fundamental entender que a corrupção, infelizmente, está presente no nosso dia a dia e que todas as pessoas e organizações, independente de sua atuação ou porte, são diretamente responsáveis por este triste cenário”, completou Fernando Zanoni.
Para acessar o resultado da pesquisa, completa acesse o link da Transparência Internacional .
¹ O Índice de Corrupção Global existe desde 1995 e hoje é considerada uma das mais prestigiosas séries históricas a respeito do tema. A pesquisa foi criada e até hoje é conduzida pela Transparência Internacional, órgão com sede mundial em Berlim e que desde 2016 possui um capítulo (seção) no Brasil. Entre suas principais ações no país está o apoio às 10 Medidas Contra a Corrupção, do Ministério Público Federal.
por CódigoConduta.com | 7 fev 2019 | Notícias
O governador do Estado de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, sancionou, no dia 23 de janeiro de 2019, a Lei Estadual (SC) nº 17.715, que institui a criação do Programa de Integridade e Compliance da Administração Pública em âmbito estadual.
A medida é um importante passo para a inserção de práticas éticas e coloca o quinto maior estado do Brasil, em termos de PIB (Produto Interno Bruto), à frente de vários outros. A nova norma prevê que cada órgão deve desenvolver um Programa de acordo com suas especificidades, em conformidade com a visão mais moderna de Compliance, avaliando os riscos inerentes às suas atividades cultura institucional.
O texto da lei apresenta uma visão geral dos principais pilares de um Programa de Integridade e foca na necessidade de adoção ou sofisticação de controles internos, documentos tais como um Código de Ética e Conduta e canal de denúncias, além de orientar sobre ações de comunicação e treinamento.
Vale ressaltar que cada vez mais governadores estão tomando medidas similares. No Estado do Paraná, por exemplo, o Governador eleito Ratinho Junior tem tratado o tema Compliance na Administração Pública como prioridade e um dos motes de sua gestão.
Para acessar o texto integral da norma, clique aqui.
por CódigoConduta.com | 7 fev 2019 | Notícias
Implementar um Programa de Integridade, ou de Compliance, deixou de ser exclusividade de grandes organizações multinacionais para se tornar uma ferramenta de gestão para empresas de todos os portes e segmentos de negócio. E cada vez mais executivos do alto escalão estão tendo essa percepção.
Contudo, como todo tema relativamente novo, ainda existem alguns mitos em relação aos investimentos necessários para desenvolver ações e adotar ferramentas para sofisticar as ações de Compliance dentro de uma organização e os custos de não fazê-lo.
Nesse contexto, um estudo com 46 empresas chamado de The True Cost of Compliance, realizado pelo Ponemun Institute LLC, traz dados valiosos.
O principal deles diz respeito aos custos relacionados à ausência de investimentos financeiros para desenvolver uma apurada análise de riscos, desenvolver e aplicar um Código de Conduta, implantar ferramentas de Canal de Denúncias e monitorar o desenvolvimento do Programa de Integridade.
Além das possíveis multas e sanções e dos custos reputacionais, restou claro que a falta de Compliance pode acarretar em perdas operacionais e disrupções no negócio. E o custo do “não-Compliance” foi estimado no triplo dos investimentos necessários com a implantação de um Programa de Integridade efetivo.
Para Cynzia Fontana, Sócia-Diretora da CódigoConduta.com, “é melhor prevenir do que remediar. É quase impossível estimar o quanto um escândalo de corrupção ou um notório caso de assédio sexual, por exemplo, pode afetar o seu negócio sob o ponto de vista financeiro, operacional e, principalmente, reputacional. Tanto quanto é difícil apresentar os benefícios intangíveis de ter um Programa de Integridade, relacionado à construção de um ambiente organizacional e institucional ético”.
Nessa mesma lógica, vale ressaltar que os dados do estudo não contemplam as vantagens marginais da existência de um Compliance efetivo, tais como, a melhora na percepção da imagem da empresa perante seus clientes, fornecedores e parceiros de negócio e a contribuição para a concepção de um ambiente de negócios mais íntegro.
“O Compliance vai muito além do respeito às normas. Trata-se da necessidade iminente de construirmos uma sociedade mais ética de dentro para fora, a partir das organizações e das instituições públicas. Os benefícios podem até ser de algum modo intangíveis, mas a perenidade e a imagem forte das organizações que adotam Programas de Integridade Efetivos demonstra sem sombra de dúvidas que estamos diante de um novo panorama”, completou Cynzia Fontana.
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