O Brasil teve sua pontuação reduzida no Índice anual de Percepção da Corrupção¹, divulgado pela Transparência Internacional, caindo de 37 (2017) para 35 pontos (2018). Com isso, o país passou a ocupar a 105ª posição no Ranking Mundial, ao lado de países como Timor-Leste, Zâmbia e El Salvador.

A critério de comparação, a Dinamarca, que ocupa o primeiro lugar segundo a metodologia da pesquisa, atingiu 88 pontos. Além disso, as médias global e dos países das Américas são respectivamente, 43 e 44 pontos.

O relatório reforça as impressões de diversos setores da sociedade brasileira. Segundo Fernando Henrique Zanoni, Sócio-Diretor da CódigoConduta.com, a piora do Brasil no Ranking não é surpresa: “Em palestras e treinamentos corporativos, quando apresento o famoso mapa da corrupção, sempre faço menção de que a tendência era de que o Brasil perderia ainda mais pontos a curto prazo, até que efetivamente se instaurassem ações efetivas para acabar com as práticas que já estavam institucionalizadas na Administração Pública direta e indireta. Como se trata de um índice de percepção da corrupção, os desdobramentos das investigações do mensalão e, principalmente, da Operação Lava-Jato, contribuem para esse cenário.”

Conforme mencionado no próprio relatório, “os esforços notáveis do país contra a corrupção podem estar em risco e não foram suficientes para chegar à raiz do problema. Não tivemos nos últimos anos qualquer esboço [efetivo] de resposta às causas estruturais da corrupção no país“.

Dessa maneira, e diante do novo cenário que se vislumbra com a mudança no cenário político brasileiro é possível que o Brasil melhore sua posição, desde que as expectativas se confirmem e que hajam respostas concretas tanto da iniciativa pública quanto da privada no que diz respeito à Gestão de Riscos e Compliance.

Muitos brasileiros ainda veem a corrupção como algo intangível, que está relacionado somente às interações entre agentes públicos e grandes corporações em contratos milionários. Para mudar o panorama, é fundamental entender que a corrupção, infelizmente, está presente no nosso dia a dia e que todas as pessoas e organizações, independente de sua atuação ou porte, são diretamente responsáveis por este triste cenário”, completou Fernando Zanoni.

Para acessar o resultado da pesquisa, completa acesse o link da Transparência Internacional .

 

¹ O Índice de Corrupção Global existe desde 1995 e hoje é considerada uma das mais prestigiosas séries históricas a respeito do tema. A pesquisa foi criada e até hoje é conduzida pela Transparência Internacional, órgão com sede mundial em Berlim e que desde 2016 possui um capítulo (seção) no Brasil. Entre suas principais ações no país está o apoio às 10 Medidas Contra a Corrupção, do Ministério Público Federal.

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