Muito tem se falado sobre a agenda ESG (Environmental, Social & Governance) nas empresas, contudo vejo que o tema muitas vezes é tratado de maneira apaixonada ou até mesmo politizada, com pouco foco na Governança.

É importante entender que muito desse debate teve origem nos Estados Unidos em razão de debates judiciais versando sobre o propósito das organizações, ou seja, está relacionado ao equilíbrio entre os deveres fiduciários de executivos e membros de Conselhos de Administração para com os acionistas e outras partes interessadas.

Nesse sentido, preocupa-me que organizações abracem causas sociais ou ambientais em razão de pressões externas sem o devido planejamento, sem desenvolver robustos indicadores de gestão, ou até mesmo levando a polarização política para o mercado, ou seja, com muito foco no discurso e pouca prática.

Por essa razão, é preciso que as empresas reavaliem o seu propósito de olho nessas demandas sociais e ambientais, mas sem esquecer o seu core business, desenvolvendo mecanismos que permitam avaliar de maneira efetiva o impacto de suas operações e pensando em maneiras de equilibrar os interesses de acionistas e outras partes interessadas, tais como empregados, consumidores e comunidade em geral.

Um bom exemplo disso é a Philip Morris, que recentemente lançou um Relatório Integrado bastante completo, que integra performance financeira e não financeira e que inclusive faz menção direta à contribuição expressa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Agenda 2030.

Fernando Henrique Zanoni é sócio da CódigoConduta.com e aluno do curso de Capitalismo Sustentável e ESG da Universidade da Califórnia (Berkeley School of Law). O relatório da Philip Morris pode ser acessado no link https://www.pmi.com/media-center/news/pmi-s-2020-integrated-report-shows-progress-toward-accelerating-the-end-of-smoking

      

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